segunda-feira, 29 de setembro de 2014

23º e Último Capítulo: José Luiz (O cemitério ao nascer do Sol)

Crica não conseguira pregar os olhos durante toda a noite, desde que lera a carta de Juninho. Quando o sol começou a surgir, ela pulou da cama e pela primeira vez foi ao cemitério não ao pôr do sol, mas quando este nascia. A avó, que tomava a primeira xícara de café do dia e xingava mentalmente o seu médico por tê-la convencido a parar de fumar, a seis anos antes, ouviu o bater da porta e logo percebeu que a neta tinha rumo certo ao cemitério.

Glaura foi ao encontro da neta após largar a xícara em qualquer canto da cozinha, indecisa se deveria realmente fazer companhia à neta, mas ela sabe que vai. Lá, Crica desabafa, sentada na mais alta borda do cemitério, diz que Juninho não disse nada que ela já não esperava ler na carta, ela leu e releu todas as linhas da carta diversas vezes, mas não encontrou nem uma surpresa nessas linhas. Ela diz que não sente raiva de Juninho, mas que ele sumiu de seu coração, "sumiu", palavra perfeitamente escolhida por Glaura, ao ver que a neta não conseguia expressar esse sentimento. Crica não sente vontade de nem beijar, nem socar mais (como no início) Juninho, ele sumiu dela.

Glaura pergunta se Crica irá escrever de volta, Crica responde se precisa mesmo fazer isso agora. Glaura diz que não, mas que agora, Crica deveria cumprir uma tradição de família: assinar a folha de rosto do Senhora, juntamente com a data que terminou de ler o livro, como fizeram as outras mulheres da família que leram o livro.  Crica se anima, e o faz de prontidão, e ainda coloca seu apelido entre parênteses, dizendo que era para sua neta ter uma idéia de como ela era.

Chegamos ao fim do livro, Glaura diz à Crica que ela encontrará o amor de novo, e desta vez poderá ser o amor de sua vida, quando ela menos esperar. Crica brinca, dizendo:

- "Profecia de vovó Glaura, a feiticeira Martiniano!"

Elas atravessaram a ponte sobre o rio de águas que não deixavam enxergar o fundo, tomando o rumo para casa, prontas para escolher, com a ajuda de Maurício, outro livro para Crica ler.

22º Capítulo: José Luiz (Foi o pai de Amanda quem morreu!)

Glaura e Maurício discutiam fervorosamente, e quase se esganando mútuamente o final de Senhora, sem mesmo perceberem a presença de Crica, que estava atrás da avó escutando tudo, e rindo. Glaura defendia que Aurélia sempre tivera o amor de Seixas sob os seus pés, e que arriscara ao se casar com ele, pois se desse errado, ela viveria infeliz para o resto da vida e presa a ele. Maurício retrucou, dizendo que não havia então o por quê de ajoelhar-se aos pés do marido e suplicar o seu amor, ele diz que ela reconheceu a superioridade de Fernando, e que este iria embora sem riquezas, para voltar a rua do Hospício.

Quando vêem Crica, os dois imediatamente, surpreendidos, ficam sem palavras, Crica então, manda sem titubear:
"- Parece até que peguei vocês dois se beijando."

Ela imediatamente se arrepende da fala impensada, Maurício e Dona Glaura olham para os lados, e tentam não cruzar olhares imediatos com Crica. Maurício então emenda outro assunto, dizendo, ainda sem jeito, que Alencar costumava ler para sua família, e que ele conta, certa vez, que todos estavam a chorar quando um padre chegou a casa, em dia de leitura, e, quando este pergunta o motivo da choradeira, um dos familiares de Alencar diz: "Foi o pai de Amanda quem morreu". Este, agora entendendo que se tratava de um dos personagens do livro que Alencar contava, caiu em gargalhadas, gargalhadas "homéricas", nas palavras de Alencar. Durante toda a fala, Maurício olhava o chão, tentando se consertar, e mau percebia que Crica não conseguia mais conter os risos do que acabara de acontecer.  Crica então sai da varanda, dizendo que vai para a biblioteca continuar a ler o último capítulo.

O livro mostra o que estava escrito na carta de Crica, mas não fala exatamente quando a leu. Na carta, Juninho diz que não sabe o que dizer, que ele escreve, enrola o papel e joga fora, e que talvez fosse assim se eles se vissem cara-a-cara na rua, ou se ele inventasse de aparecer no sítio, então ele resolver escrever aquela carta, mas adiantou de quê, foi a mesma coisa, ele diz que achou que ela daria pra trás no hotel e que iria querer voltar para a família, ele diz que ele já sabia de tudo, já sabia que iria querer voltar, mas estava esperando por ela, esperando pra ver o que ela iria fazer, e que não teve coragem de explicar tudo à ela, mas que pensou no que iria ser da vida deles, sem os pais, onde iriam viver, como seria tudo. Ele diz que vai se mudar para o interior em alguns dias.

21º Capítulo: José Luiz (Medo de acabar)

Crica estava na biblioteca, e, após saber que Seixas iria correndo dar o fora em Aurélia após saber que não precisaria mais dela, Crica fica indecisa, se quer realmenter ler o último capítulo do Senhora. Ela já estava sentada a horas ao lado do Senhora, verdadeiramente plantada na biblioteca do sítio, quando a avó entra, e Crica diz que sabe que os dois vão terminar separados, e que está indecisa sobre ler o último capítulo do livro, Glaura diz que se Crica não quisesse ler o último capítulo, não importava, mas as duas sabiam que Crica iria ler o último capítulo.

Glaura sai da biblioteca e convida a neta a juntar-se à ela e a Maurício, mas ela nega, ela iria ler o último capítulo.

Seixas se encontra com Aurélia, para conversarem sobre o relacionamento, o passado e o casamento, mas só diz isso a ela quando já estão reunidos. Seixas poderia ter devolvido os 20 contos de réis que recebeu de adiantamento pelo dote, mas já os tinha gastado para pagar dívidas, não tinha como devolvê-los e esse foi o motivo de ter aceitado o casamento com Aurélia, foi digno o bastante para não enganá-la. Mas agora, ele já havia restituídos os vinte contos de réis, e poderia devolver-lhes a Aurélia, assim, nada mais os prenderia. Fernando então devolve a ela o cheque de 80 contos de réis que recebera mais os 20 contos de réis que recebera adiantados, agora com juros, e se separa de Aurélia. 

Quando Seixas se despede da já não mais esposa Aurélia, esta se ajoelha a teus pés, e suplica-te para que aceitasse o seu verdadeiro amor, agora não sendo mais um casamento comprado, os dois ainda se amavam. Seixas levanta a moça, e eles se beijam com fervor. Mas Seixas nega-se, dizendo que a riqueza de Aurélia os afastou pra sempre. Aurélia pergunta se é isso que o aflige, e diz que dissipará toda a sua riqueza, pelo seu amor.

Crica fecha o livro, comemorando, pois tudo dava a entender que os dois ficariam juntos no final, ela vai a varanda contar a Dona Glaura e a Maurício, mas encontra os dois vermelhos, como se fossem se esganar ao mesmo tempo.

20º Capítulo: José Luiz (A proposta)

À noite, talvez no mesmo dia, Maurício chega e vê Dona Glaura já na varanda, mal trocam cumprimentos e, Dona Glaura séria, diz que possui uma proposta seríssima para o amigo Maurício. Ele, atônito, senta-se na cadeira de costume e diz: "Vamos ouvi-la então".

Dona Glaura então diz que ela queria ser enterrada ao lado de Jonas, Maurício concorda, e diz que já imaginava isso. Então Dona Glaura pergunta para Maurício se ele queria ser enterrado lá também, Glaura de um lado, Jonas no meio e Maurício do outro. Maurício, boquiaberto, e franzo, mal podia acreditar que Glaura existia no mesmo mundo que ele após ter dito coisa de tal sentido. Maurício exige tempo de Dona Glaura, que já parece esperar por tal fala, ela se senta, cruza as mãos, no verdadeiro estilo que Maurício conhecia, ele sabia que ela esperaria o tempo que fosse necessário para uma resposta, desde que ele não se levantasse e fosse embora.

Maurício concorda, fazendo-se parecer contrariado, e pede um café a Glaura, quando ela sai, ele dá um sorriso malicioso, quando se lembra que Crica estava no quarto lendo justamente a parte em que Seixas vira o jogo de Aurélia, ao ter uma grande soma de dinheiro a receber por um antigo negócio.

19º Capítulo: José Luiz (Com todo meu amor)

Crica e Dona Glaura estavam a caminho do cemitério, era Crica quem levava o Senhora debaixo do braço. Elas conversavam, sobre quem realmente controlava o "jogo", Seixas ou Aurélia, se Seixas queria mudar, ou se o amor de Aurélia seria capaz de mudar Seixas.

Elas chegam até o monumento que Dona Glaura dedicou ao falecido marido, Jonas. Ao ler, mentalmente, as palavras escritas por Dona Glaura na lápide do marido ("Com todo o meu amor..."), ela diz que Jonas viajava muito, ela possuía liberdade, e que ela sabia que quando Jonas voltava, ele estava morrendo de saudades por ela.

domingo, 28 de setembro de 2014

18º Capítulo: José Luiz (Versos no ar)

Crica estava deitada em sua cama, pensando em Seixas e Aurélia. Estava escrevendo, escrevendo letras no ar, no pensamento, até que uma frase veio e pôs fim à sua falta de sono:

"Tem amo que não sabe ficar junto e quem ele ama".

17º Capítulo: José Luiz (Alevantadas das tumbas)

Glaura, que escutou toda a conversa de Maurício e Crica, diz que está claro que ela ainda não havia lido a carta, talvez por medo. Maurício diz que a carta talvez nada diga, que traga apenas explicações que não mudam o que aconteceu, ou pode simplesmente estar escrito: "Adeus!". Glaura o provoca, dizendo que vindo de um garoto que abandona uma garota apaixonada, tudo pode ser possível.

Maurício recebe a indireta de Glaura, e a retribui apenas momentos depois, dizendo que Crica amadureceu um pouco, e que ao invés de tentar entender os movimentos de Seixas (que era o que ela estava tentando fazer) com a avó, preferiu conversar com alguém que entenderia as motivações de um homem. Ele completa dizendo que talvez Crica esteja se distanciando dessa visão feminina de tudo, que possui as mulheres da família Martiniano. Glaura deixa Maurício quadrado, dizendo que foi ela quem sugeriu a neta a conversa com Maurício. Agora com outro tom de voz, Maurício exige saber o por quê disso, Glaura então diz que Crica reconheceu que sua opinião sobre Seixas era totalmente irrelevante, mas não era esse seu objetivo. Ela sabia que Maurício defenderia com garras o "crápula" do Seixas, e que bastaria isso para tirar a neta da melancolia, e funcionou.

Continua-se com mais um trecho de Senhora, onde Seixas, após uma noite de festa na cidade de São Clemente, entra no carro de volta pra casa com Aurélia, esta, vê uma linda estrela no céu, e logo comenta com o marido, que desta vez dá o braço a torcer. Ele não vê a estrela, só tem olhos para a esposa, esta, pega sua mão e aponta a estrela, este concorda, é linda. Ao chegar em casa, Aurélia novamente humilha Seixas, dizendo que não é necessário a sua estância para o resto da noite, mesmo após ele dizer, que ainda guardava amor pela moça.