sábado, 27 de setembro de 2014

11º Capítulo: José Luiz (Uma órfã na rua Santa Teresa)

No dia seguinte, Crica encontra a avó a pôr flores em uma delicada lápide a qual mandara construir a anos para seu falecido marido, do qual Crica chamava de Tio Jonas. Crica pergunta, com tom de afirmação, se Jonas estava realmente lá, Glaura diz que nunca encontraram o corpo.

Glaura se lembra de quando recebeu a notícia do acidente de helicóptero do já ex-marido. A máquina havia caído no mar, acharam o corpo do piloto, mas o dele jamais foi encontrado. Glaura se lembra da revolta de Rubens, e seu desgosto com o marido da mãe, do qual nunca gostara. Cinco meses depois da morte do ex-marido, Dona Glaura mandou construir o discreto monumento em memória de Jonas, o que só aumentou a revolta de Rubens, pai de Crica. Então, as duas voltam a leitura de Senhora.

Crica fica indignada ao conhecer, finalmente, a história da vida de Aurélia Camargo. Sua mãe, Dona Emília Camargo, residia 2 anos antes do casamento "comprado" da filha, na rua Santa Teresa. Quando jovem, Emília Lemos, casou-se com seu amor, Pedro Camargo. Este era filho natural do fazendeiro Lourenço de Sousa Camargo, que interviu na relação do filho com Emília, prendendo-o em sua fazenda, Pedro nada fez para parar o pai, e largou dos braços de Emília.

Crica interrompe Glaura, questionando quando um homem seria corajoso o suficiente, como as mulheres, Glaura a acalma, dizendo para não desenterrar os mortos do cemitério (pela raiva que estava), a garota pede para a avó continuar a leitura.

Após um ano, o fazendeiro consentiu que o filho visse à amada, Pedro encontrou o seu primeiro filho, já com dois meses, a quem nomeou de Emílio. E assim se deu a vida amorosa de Emília, relegada a separações de meses, do qual aceitou. A vida de Pedro estava nas mãos do pai, ele podia fazer o que quisesse do filho. A esse tempo já havia uma filha, chamada Aurélia. Algum tempo depois, Pedro sucumbiu a uma febre cerebral. A viuvez tornou ainda mais isolada a vida de Emília, e ela só pensava na filha, que já tinha 16 anos. A essa altura, com Emílio, de 18 anos, porém atrasado com um garoto de 12, Emília só via uma salvação para a filha, e era o casamento. Na época, a forma mais fácil de encontrar o marido era ir para a janela, e deixar que os rapazes da cidade a vissem, coisa que Aurélia não gostava, porém, a mãe a obrigou. Seixas então, a viu. Emílio, seu irmão, morre decorrente de uma febre, o que dobra o sofrimento de Emília, sua mãe. Seixas porém, não se casa com Aurélia, ao perceber que teria uma vida pobre e perderia seu convívio em sociedade.

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