segunda-feira, 29 de setembro de 2014

23º e Último Capítulo: José Luiz (O cemitério ao nascer do Sol)

Crica não conseguira pregar os olhos durante toda a noite, desde que lera a carta de Juninho. Quando o sol começou a surgir, ela pulou da cama e pela primeira vez foi ao cemitério não ao pôr do sol, mas quando este nascia. A avó, que tomava a primeira xícara de café do dia e xingava mentalmente o seu médico por tê-la convencido a parar de fumar, a seis anos antes, ouviu o bater da porta e logo percebeu que a neta tinha rumo certo ao cemitério.

Glaura foi ao encontro da neta após largar a xícara em qualquer canto da cozinha, indecisa se deveria realmente fazer companhia à neta, mas ela sabe que vai. Lá, Crica desabafa, sentada na mais alta borda do cemitério, diz que Juninho não disse nada que ela já não esperava ler na carta, ela leu e releu todas as linhas da carta diversas vezes, mas não encontrou nem uma surpresa nessas linhas. Ela diz que não sente raiva de Juninho, mas que ele sumiu de seu coração, "sumiu", palavra perfeitamente escolhida por Glaura, ao ver que a neta não conseguia expressar esse sentimento. Crica não sente vontade de nem beijar, nem socar mais (como no início) Juninho, ele sumiu dela.

Glaura pergunta se Crica irá escrever de volta, Crica responde se precisa mesmo fazer isso agora. Glaura diz que não, mas que agora, Crica deveria cumprir uma tradição de família: assinar a folha de rosto do Senhora, juntamente com a data que terminou de ler o livro, como fizeram as outras mulheres da família que leram o livro.  Crica se anima, e o faz de prontidão, e ainda coloca seu apelido entre parênteses, dizendo que era para sua neta ter uma idéia de como ela era.

Chegamos ao fim do livro, Glaura diz à Crica que ela encontrará o amor de novo, e desta vez poderá ser o amor de sua vida, quando ela menos esperar. Crica brinca, dizendo:

- "Profecia de vovó Glaura, a feiticeira Martiniano!"

Elas atravessaram a ponte sobre o rio de águas que não deixavam enxergar o fundo, tomando o rumo para casa, prontas para escolher, com a ajuda de Maurício, outro livro para Crica ler.

22º Capítulo: José Luiz (Foi o pai de Amanda quem morreu!)

Glaura e Maurício discutiam fervorosamente, e quase se esganando mútuamente o final de Senhora, sem mesmo perceberem a presença de Crica, que estava atrás da avó escutando tudo, e rindo. Glaura defendia que Aurélia sempre tivera o amor de Seixas sob os seus pés, e que arriscara ao se casar com ele, pois se desse errado, ela viveria infeliz para o resto da vida e presa a ele. Maurício retrucou, dizendo que não havia então o por quê de ajoelhar-se aos pés do marido e suplicar o seu amor, ele diz que ela reconheceu a superioridade de Fernando, e que este iria embora sem riquezas, para voltar a rua do Hospício.

Quando vêem Crica, os dois imediatamente, surpreendidos, ficam sem palavras, Crica então, manda sem titubear:
"- Parece até que peguei vocês dois se beijando."

Ela imediatamente se arrepende da fala impensada, Maurício e Dona Glaura olham para os lados, e tentam não cruzar olhares imediatos com Crica. Maurício então emenda outro assunto, dizendo, ainda sem jeito, que Alencar costumava ler para sua família, e que ele conta, certa vez, que todos estavam a chorar quando um padre chegou a casa, em dia de leitura, e, quando este pergunta o motivo da choradeira, um dos familiares de Alencar diz: "Foi o pai de Amanda quem morreu". Este, agora entendendo que se tratava de um dos personagens do livro que Alencar contava, caiu em gargalhadas, gargalhadas "homéricas", nas palavras de Alencar. Durante toda a fala, Maurício olhava o chão, tentando se consertar, e mau percebia que Crica não conseguia mais conter os risos do que acabara de acontecer.  Crica então sai da varanda, dizendo que vai para a biblioteca continuar a ler o último capítulo.

O livro mostra o que estava escrito na carta de Crica, mas não fala exatamente quando a leu. Na carta, Juninho diz que não sabe o que dizer, que ele escreve, enrola o papel e joga fora, e que talvez fosse assim se eles se vissem cara-a-cara na rua, ou se ele inventasse de aparecer no sítio, então ele resolver escrever aquela carta, mas adiantou de quê, foi a mesma coisa, ele diz que achou que ela daria pra trás no hotel e que iria querer voltar para a família, ele diz que ele já sabia de tudo, já sabia que iria querer voltar, mas estava esperando por ela, esperando pra ver o que ela iria fazer, e que não teve coragem de explicar tudo à ela, mas que pensou no que iria ser da vida deles, sem os pais, onde iriam viver, como seria tudo. Ele diz que vai se mudar para o interior em alguns dias.

21º Capítulo: José Luiz (Medo de acabar)

Crica estava na biblioteca, e, após saber que Seixas iria correndo dar o fora em Aurélia após saber que não precisaria mais dela, Crica fica indecisa, se quer realmenter ler o último capítulo do Senhora. Ela já estava sentada a horas ao lado do Senhora, verdadeiramente plantada na biblioteca do sítio, quando a avó entra, e Crica diz que sabe que os dois vão terminar separados, e que está indecisa sobre ler o último capítulo do livro, Glaura diz que se Crica não quisesse ler o último capítulo, não importava, mas as duas sabiam que Crica iria ler o último capítulo.

Glaura sai da biblioteca e convida a neta a juntar-se à ela e a Maurício, mas ela nega, ela iria ler o último capítulo.

Seixas se encontra com Aurélia, para conversarem sobre o relacionamento, o passado e o casamento, mas só diz isso a ela quando já estão reunidos. Seixas poderia ter devolvido os 20 contos de réis que recebeu de adiantamento pelo dote, mas já os tinha gastado para pagar dívidas, não tinha como devolvê-los e esse foi o motivo de ter aceitado o casamento com Aurélia, foi digno o bastante para não enganá-la. Mas agora, ele já havia restituídos os vinte contos de réis, e poderia devolver-lhes a Aurélia, assim, nada mais os prenderia. Fernando então devolve a ela o cheque de 80 contos de réis que recebera mais os 20 contos de réis que recebera adiantados, agora com juros, e se separa de Aurélia. 

Quando Seixas se despede da já não mais esposa Aurélia, esta se ajoelha a teus pés, e suplica-te para que aceitasse o seu verdadeiro amor, agora não sendo mais um casamento comprado, os dois ainda se amavam. Seixas levanta a moça, e eles se beijam com fervor. Mas Seixas nega-se, dizendo que a riqueza de Aurélia os afastou pra sempre. Aurélia pergunta se é isso que o aflige, e diz que dissipará toda a sua riqueza, pelo seu amor.

Crica fecha o livro, comemorando, pois tudo dava a entender que os dois ficariam juntos no final, ela vai a varanda contar a Dona Glaura e a Maurício, mas encontra os dois vermelhos, como se fossem se esganar ao mesmo tempo.

20º Capítulo: José Luiz (A proposta)

À noite, talvez no mesmo dia, Maurício chega e vê Dona Glaura já na varanda, mal trocam cumprimentos e, Dona Glaura séria, diz que possui uma proposta seríssima para o amigo Maurício. Ele, atônito, senta-se na cadeira de costume e diz: "Vamos ouvi-la então".

Dona Glaura então diz que ela queria ser enterrada ao lado de Jonas, Maurício concorda, e diz que já imaginava isso. Então Dona Glaura pergunta para Maurício se ele queria ser enterrado lá também, Glaura de um lado, Jonas no meio e Maurício do outro. Maurício, boquiaberto, e franzo, mal podia acreditar que Glaura existia no mesmo mundo que ele após ter dito coisa de tal sentido. Maurício exige tempo de Dona Glaura, que já parece esperar por tal fala, ela se senta, cruza as mãos, no verdadeiro estilo que Maurício conhecia, ele sabia que ela esperaria o tempo que fosse necessário para uma resposta, desde que ele não se levantasse e fosse embora.

Maurício concorda, fazendo-se parecer contrariado, e pede um café a Glaura, quando ela sai, ele dá um sorriso malicioso, quando se lembra que Crica estava no quarto lendo justamente a parte em que Seixas vira o jogo de Aurélia, ao ter uma grande soma de dinheiro a receber por um antigo negócio.

19º Capítulo: José Luiz (Com todo meu amor)

Crica e Dona Glaura estavam a caminho do cemitério, era Crica quem levava o Senhora debaixo do braço. Elas conversavam, sobre quem realmente controlava o "jogo", Seixas ou Aurélia, se Seixas queria mudar, ou se o amor de Aurélia seria capaz de mudar Seixas.

Elas chegam até o monumento que Dona Glaura dedicou ao falecido marido, Jonas. Ao ler, mentalmente, as palavras escritas por Dona Glaura na lápide do marido ("Com todo o meu amor..."), ela diz que Jonas viajava muito, ela possuía liberdade, e que ela sabia que quando Jonas voltava, ele estava morrendo de saudades por ela.

domingo, 28 de setembro de 2014

18º Capítulo: José Luiz (Versos no ar)

Crica estava deitada em sua cama, pensando em Seixas e Aurélia. Estava escrevendo, escrevendo letras no ar, no pensamento, até que uma frase veio e pôs fim à sua falta de sono:

"Tem amo que não sabe ficar junto e quem ele ama".

17º Capítulo: José Luiz (Alevantadas das tumbas)

Glaura, que escutou toda a conversa de Maurício e Crica, diz que está claro que ela ainda não havia lido a carta, talvez por medo. Maurício diz que a carta talvez nada diga, que traga apenas explicações que não mudam o que aconteceu, ou pode simplesmente estar escrito: "Adeus!". Glaura o provoca, dizendo que vindo de um garoto que abandona uma garota apaixonada, tudo pode ser possível.

Maurício recebe a indireta de Glaura, e a retribui apenas momentos depois, dizendo que Crica amadureceu um pouco, e que ao invés de tentar entender os movimentos de Seixas (que era o que ela estava tentando fazer) com a avó, preferiu conversar com alguém que entenderia as motivações de um homem. Ele completa dizendo que talvez Crica esteja se distanciando dessa visão feminina de tudo, que possui as mulheres da família Martiniano. Glaura deixa Maurício quadrado, dizendo que foi ela quem sugeriu a neta a conversa com Maurício. Agora com outro tom de voz, Maurício exige saber o por quê disso, Glaura então diz que Crica reconheceu que sua opinião sobre Seixas era totalmente irrelevante, mas não era esse seu objetivo. Ela sabia que Maurício defenderia com garras o "crápula" do Seixas, e que bastaria isso para tirar a neta da melancolia, e funcionou.

Continua-se com mais um trecho de Senhora, onde Seixas, após uma noite de festa na cidade de São Clemente, entra no carro de volta pra casa com Aurélia, esta, vê uma linda estrela no céu, e logo comenta com o marido, que desta vez dá o braço a torcer. Ele não vê a estrela, só tem olhos para a esposa, esta, pega sua mão e aponta a estrela, este concorda, é linda. Ao chegar em casa, Aurélia novamente humilha Seixas, dizendo que não é necessário a sua estância para o resto da noite, mesmo após ele dizer, que ainda guardava amor pela moça.


16º Capítulo: José Luiz (Lua crescente)

Três dias e duas noites depois, Crica aparece na varanda, interrompendo a conversa que Dona Glaura e Maurício estavam tendo. Cheia de olheiras, e agindo como se não tivesse visto os dois ali, Crica se senta, encolhida, na cadeira de palha. Dona Glaura se retirou após ter seu omelete rejeitado pela neta, que nem pela incapacidade culinária que era quase tradição entre as mulheres da família, viu justificativa. Maurício pensava em bater em retirada, ao se ver sozinho com Crica, pensava que Glaura retornaria e quebraria o maldito silêncio do recinto, foi quando Crica perguntou a Maurício o que Seixas aprontaria com Aurélia, agora que havia recebido o cheque.

Maurício diz que Seixas percebeu o que havia vendido a Aurélia, e que ela sabia do dote envolvido no casamento o tempo todo, então rejeitou todas as mordomias que a esposa oferecera a ele. Crica acha que Seixas está armando alguma coisa. Continuam a leitura de Senhora:

Seixas escolhe continuar a trabalhar, mesmo estando rico, ou quase milionário. Crica diz que ele só pode estar aprontando alguma, ou por quê faria isso? Maurício tenta mostrar a Crica que Aurélia pode não ser tão inocente assim, ela humilhou Seixas, o comprou sem ele nem desconfiar. Maurício diz que a idolatrada de Crica (a Aurélia), pode não ser quem ela pensa, e talvez ela continue apaixonada pelo Seixas, mesmo que não queira. Crica diz que isso é impossível, mas Maurício parece confiante disso. Crica diz que Seixas vai se matar no fim, e que seria bem feito. Maurício continua a tentar convencer Crica de que Maurício foi um crápula com Aurélia, mas que agora está tentando mudar, pode estar tentando até mesmo re-conquistar Aurélia de forma diferente, de forma honesta. Crica então se irrita, quando Maurício diz a ela que ela pode estar errada, e a desafia a terminar o livro, correr o risco de estar errada, ela sai da varanda e volta para dentro da casa, em passos firmes. Glaura então se rasteja de volta para a varanda.

15º Capítulo: José Luiz (No quarto de Crica, entre os capítulos)

(O título mostra que esse capítulo se passa no quarto de Crica, durante a conversa de Glaura e Maurício, na outra noite)

Crica escrevera um poema, para tentar se esquivar da tristeza que a abatia.

14º Capítulo: José Luiz (A Carta)

Duas noites depois, Crica se mantém retraída no quarto, em uma solidão a qual sua avó entendia ser necessária, ela e Maurício sabiam que só Crica poderia resolver esse problema, e até o momento, Crica ainda não abrira a carta de Juninho.

Maurício e Glaura conversavam na varanda, provavelmente olhando as estrelas, como o livro diz... Glaura se mostra indecisa, se fez o certo em entregar a carta a neta, diz que ela correu perigo, pois acabou se perdendo no meio daquela tempestade. Maurício diz que ela correu certo perigo, sim, porém, não foi tanto assim. Maurício expressa sua opinião sobre o Senhora, dizendo que ele não é o que parece, e que nenhum dos personagens é inocente como às vezes parece, e diz que Glaura não liga para a parte do livro que explicita isso. Glaura então pergunta o por quê de ele saber tanto sobre o livro, já que não gostara dele. Maurício explica que precisava entender Dona Glaura melhor, e finalmente toca no assunto do seu romance com Dona Glaura, após 50 anos. Dona Glaura fica surpresa.

Maurício diz que ficou com medo, medo de levar Glaura para uma vida de privações, que sabia que a vida de sua amada mudaria drasticamente, saindo da maior fazenda da região, para viver com um "ninguém". Glaura diz que isso não justifica, que talvez ela estivesse disposta a isso, diz que Maurício deveria ter se aberto com ela. Maurício então retruca, dizendo que a família Martiniano só aceitava homens mais que "perfeitos", e que ele não poderia chegar e dizer: "Estou com medo". Glaura diz que foi ela quem deu o endereço do sítio a Juninho, e o fez acreditar, com a voz mais convincente que conseguiu ter a essa flor da idade ao telefone, que o garoto apanharia de chicote, se inventasse de vir encontrar a garota, ao invés de mandar a carta. Glaura então diz que gostou de Maurício ter se aberto, finalmente com ela, mesmo que com 50 anos de atraso, chama Maurício de meu querido, o mesmo gosta, e comemora dando 2 ou 3 baforadas mais rápidas em seu cachimbo.

4º Capítulo: Liniker Fernandes (Maurício)

Maurício tinha por volta de setenta anos, fumava cachimbo, era um senho rijo, com barba e bigode todo branco, cara fechada, um professor aposentado.

Maurício a muitos anos atrás havia sido namorado de Dona Glaura, e agora eram só amigos, de acordo com Dona Glaura, e ele sempre vinha visitá-la. Apesar dele ter deixado de visitá-la por algum tempo, ela pediu a ajuda dele devido ao momento que a neta dela vivia, precisando de ajuda para trocar confidências e se abrir com alguém. Então os dois ficavam se olhando por alguns segundos, em silêncio, olhando as estrelas que começavam a abrir brechas no céu. Finalmente, Dona Glaura fala para Maurício que Crica foi muito ferida. Por que Crica sempre teve tudo que queria, daí apareceu algo que ela não pôde ter e perdeu.

Com tudo isso, Maurício começa a pensar em uma história para contar à Crica.

13º Capítulo: José Luiz (Tempestade)

Crica se perde no sítio, enquanto dava um de seus passeios para o cemitério, em uma noite chuvosa e tremendamente tempestuosa, não conseguia ouvir nem mesmo seus próprios pensamentos, e não imaginava nem em que direção ficava a casa do sítio. Foi aí que algo a agarrou, e ela se debateu e tentou fugir, até ver o que era, era Maurício, o senhor de 70 anos já sentia cãibras de tanta força que fez para evitar que a garota saísse correndo de seus braços.

No Senhora, Aurélia finalmente se encontra com Seixas, após tanto tempo. Ela se lembra, diz que Seixas a trocou pelo dote de Adelaide. Aurélia inicia sua vingança contra Seixas, dizendo que agora este a pertence, e deveria-lhe dar o seu primeiro beijo de amor, afinal nunca a deixara de amar, porém, Seixas diz que não a ama, e se recusa.

3º Capítulo: Liniker Fernandes (Aurélia Cristina)

Crica ao ver seu nome escrito em uma lápide do cemitério, fica confusa e pergunta a avó.  Mas sua avó, ironizando, e dizendo que tem certeza de que não é ela, enrola a neta e diz que esse nome era da trisavó de Crica, e que é passado de geração em geração.

Crica no entanto ficou com raiva por ter esse nome, pois achava que era um nome de velho, de gente antiga. Após replicar a Crica sobre a linhagem da família, Crica disse que sempre quando vem ao cemitério ela sente algo estranho, ela começa a rir e a chorar ao mesmo tempo.

Ao voltar para o sítio Crica viu Maurício abrindo a porteira, então ela saiu correndo para a varanda. E como é de costume gritou: "-Lá vem o mal-humorado." Isso havia se tornado um hábito, então Crica foi para o quarto e ficou escutando os seus CDs, enquanto Glaura e Maurício conversavam na varanda.

2º Capítulo: Liniker Fernandes (E então, no sítio: o cemitério da família)

Havia um cemitério no coração do sítio, Crica já estava no sítio há duas semanas, e ela só fazia esse caminho até ali, onde terminava os seus passeios todas as tardes.

Depois de almoçar ela sempre fazia o seu passeio sozinha.... E a sua avó sempre a observava pela varanda. No começo os passeios de Crica eram sem rumo, depois de algn dias ela lembrou do pequeno cemitério da família, onde sua avó costumava a levar quando Crica era apenas uma criança. E contava histórias de príncipes e princesas, e de grandes amores.

1º Capítulo: Liniker Fernandes (Antes, na cidade)

Glória aflita ao ver Rubens bater o telefone, depois de berrar meia dúzia de palavras para a pessoa do outro lado da linha.Glória sabia que era ele.

Ao pegar a garrafa de água na geladeira, encheu o copo e bebeu em um gole só, engasgou e começou a tossir. Glória novamente fez a pergunta para saber onde Crica estava. O marido de ´Glória não respondeu a pergunta e começou a enrolar ela.

Glória começou a chorar e ficar nervosa, então Rubens a puxou e os dois ficaram abraçados em silêncio por alguns minutos, então ele olhou nos olhos dela e ele perguntou se foi uma infelicidade ter deixado Crica ir ao sítio de sua avó, na verdade Glória estava preocupada com a filha, se ela estava precisando de alguma coisa.

sábado, 27 de setembro de 2014

12º Capítulo: José Luiz (As bruxas)

Uma carta de Juninho endereçada ao sítio chegara para Crica, e sua avó diz que não tinha certeza se deveria mesmo entregar a neta, mas que não podia ocultar o fato. Sem entender como Juninho descobriu onde estava, Crica pede a avó para deixar o envelope em um canteiro. Dona Glaura prefere deixar a neta sozinha, para ler a carta.

Mas Crica não a abre, ainda, e falando sozinha, falando com as lápides, começar a contar. Conta que os pais de Juninho passavam por problemas financeiros, e que o pai de Juninho estava desempregado havia tempo. Crica nunca deu importância as brigas que Juninho sempre contava que os pais tinham em casa, devido aos problemas financeiros. Porém, após descobrir que a família de Juninho pretendia se mudar para o interior, onde um emprego foi oferecido ao pai de Juninho, e que estes não se lembraram dos dois (e nem queriam), Juninho então se propõe a fugir com Crica.

Eles se hospedaram em um hotel pequeno em uma cidade vizinha, onde os casais passavam lua de mel, um lugar onde ninguém fazia perguntas, eles estavam ali em lua de mel, e não eram crianças, então, pra quê perguntas? Crica pensava no futuro, no que iam fazer após aquilo tudo, quando perguntava a Juninho, ele não respondia, apenas a abraçava. Aí começaram a divulgar, os pais de Juninho foram a TV para tentar convencer o filho a voltar e entender o que havia acontecido, ofereceram até um carro ao filho para que este voltasse pra casa, Crica ficou revoltada, e disse que Juninho nunca voltaria por um automóvel. Na manhã seguinte, Crica percebeu que Juninho não havia dormido a noite inteira, pensando no que havia acontecido, ele disse que ia sair para comprar o café, e não voltou mais...

11º Capítulo: José Luiz (Uma órfã na rua Santa Teresa)

No dia seguinte, Crica encontra a avó a pôr flores em uma delicada lápide a qual mandara construir a anos para seu falecido marido, do qual Crica chamava de Tio Jonas. Crica pergunta, com tom de afirmação, se Jonas estava realmente lá, Glaura diz que nunca encontraram o corpo.

Glaura se lembra de quando recebeu a notícia do acidente de helicóptero do já ex-marido. A máquina havia caído no mar, acharam o corpo do piloto, mas o dele jamais foi encontrado. Glaura se lembra da revolta de Rubens, e seu desgosto com o marido da mãe, do qual nunca gostara. Cinco meses depois da morte do ex-marido, Dona Glaura mandou construir o discreto monumento em memória de Jonas, o que só aumentou a revolta de Rubens, pai de Crica. Então, as duas voltam a leitura de Senhora.

Crica fica indignada ao conhecer, finalmente, a história da vida de Aurélia Camargo. Sua mãe, Dona Emília Camargo, residia 2 anos antes do casamento "comprado" da filha, na rua Santa Teresa. Quando jovem, Emília Lemos, casou-se com seu amor, Pedro Camargo. Este era filho natural do fazendeiro Lourenço de Sousa Camargo, que interviu na relação do filho com Emília, prendendo-o em sua fazenda, Pedro nada fez para parar o pai, e largou dos braços de Emília.

Crica interrompe Glaura, questionando quando um homem seria corajoso o suficiente, como as mulheres, Glaura a acalma, dizendo para não desenterrar os mortos do cemitério (pela raiva que estava), a garota pede para a avó continuar a leitura.

Após um ano, o fazendeiro consentiu que o filho visse à amada, Pedro encontrou o seu primeiro filho, já com dois meses, a quem nomeou de Emílio. E assim se deu a vida amorosa de Emília, relegada a separações de meses, do qual aceitou. A vida de Pedro estava nas mãos do pai, ele podia fazer o que quisesse do filho. A esse tempo já havia uma filha, chamada Aurélia. Algum tempo depois, Pedro sucumbiu a uma febre cerebral. A viuvez tornou ainda mais isolada a vida de Emília, e ela só pensava na filha, que já tinha 16 anos. A essa altura, com Emílio, de 18 anos, porém atrasado com um garoto de 12, Emília só via uma salvação para a filha, e era o casamento. Na época, a forma mais fácil de encontrar o marido era ir para a janela, e deixar que os rapazes da cidade a vissem, coisa que Aurélia não gostava, porém, a mãe a obrigou. Seixas então, a viu. Emílio, seu irmão, morre decorrente de uma febre, o que dobra o sofrimento de Emília, sua mãe. Seixas porém, não se casa com Aurélia, ao perceber que teria uma vida pobre e perderia seu convívio em sociedade.

10º Capítulo: José Luiz (Mistérios do coração partido)

Maurício voltou, após 2 anos, diz Dona Glaura. Ele a encontrou cavalgando em uma das trilhas da fazenda, uns meses antes de ela se casar com o avô de Crica, Dona Glaura diz que não pensou duas vezes e logo jogou o cavalo em cima de Maurício, Crica interviu, dizendo que foi bem-feito para o que  Maurício tinha feito, em um tom vingativo. Dona Glaura diz que não tem certeza, pois nem sequer desejou saber o por quê de Maurício ter sumido, ou o que ele havia para lhe dizer.

Dona Glaura diz que na época ninguém além de sua avó Aurélia percebeu o que havia acontecido entre Maurício e ela antes dele fugir, foi aí que Aurélia deu o Senhora para Glaura, e disse que agora o livro era dela por direito, e que ela fez o que Dona Glaura faz hoje com Aurélia, elas davam passeios que terminavam no cemitério da família, lendo o Senhora, todas as tardes, conversando sobre amor.

Dona Glaura conta que sua trisavó, Glaura Martiniano, se apaixonou por um explorador das redondezas, e chegou a fugir com ele (visto que, na época, explorar em busca de novas terras e pedras preciosas era comum), porém, tal explorador a abandonou grávida. Quando voltou pra casa, já com o filho nos braços, Glaura chegou sem dar satisfações a ninguém sobre o que fizera durantes os anos de ausência. Crica então pede para a avó continuar a contar a sua história.

Dona Glaura conta que se casou com o avô de Crica lá pelos 20 anos, e sempre se perguntou se realmente o amava. Foi essa dúvida que a fez ler o Senhora 18 vezes ao longo da vida. Crica perguntou quando foi que Maurício voltou pela última vez, Glaura diz que foi a uns 3 anos, e que ele bateu na porta, e apenas disse 'Olá', como se nada tivesse acontecido. Crica pergunta o por quê de Maurício odiar o Senhora, Glaura, rindo, responde que Maurício é incapaz de odiar qualquer livro, principalmente um com a contribuição do Senhora, porém, ele o culpa pelo que o Senhora teria feito a Glaura, teria a ''envenenado'', porém, ele diz da boca pra fora.

9º Capítulo: José Luiz (Há mais de 50 anos...)

Dona Glaura, sentiu que precisava confortar a neta, e finalmente contou o que havia-lhe acontecido com Maurício.

A senhora disse que cresceu com Maurício e que, com 15 anos, descobriu que estava apaixonada pelo garoto, e contou do primeiro beijo dos dois. Dona Glaura conta do medo que Maurício havia de seu pai, e disse que todos tinham medo dele. Apenas com sua avó Aurélia ele não aprontava, ela era doce e amiga com Glaura. Ela diz que sua Avó a protegia, e que, quando seu pai perguntava por onde ela havia andado durante as tardes que estava com Maurício, sua Avó intervia e dizia que as duas andavam passeando.

Dona Glaura não aguentava mais viver daquela forma, namorando escondido com Maurício por causa do medo da não aprovação do pai, então planejaram fugir juntos, ela e Maurício. Então, Maurício fugiu, sozinho, sem deixar explicação. E um dia ela acordou, e ele havia desaparecido da fazenda, sem deixar rastros, fora embora na madrugada.

Capítulo 8: José Luiz (Ex-líbris)

Na discussão com Maurício na outra noite, o amigo de Dona Glaura mostrou a Crica a "ex-líbris" do Senhora, mas se negou a contar a garota o que significava a marca, para atiçar a curiosidade dela. Então, no outro dia, a garota foi a biblioteca, e sua avó a flagrou lendo um livro grande e pesado, que, quando percebida a presença de sua Avó, largou sobre a mesa. Mas Dona Glaura não perdoou, e logo disse que ela fazia muito bem em ler o dicionário, e pergunta a ela o que estava procurando.

A garota, sem saída, explica que estava procurando o significado de ex-líbris no dicionário da biblioteca da família. Então, sua avó a explica que a ex-líbris, que tem uma marca de M cruzada, é uma espécie de "logo" da família Martiniano, a sua família, e que o livro pertence a família a mais de 100 anos, trazido pela trisavó de Glaura, que também se chamava Glória Martiniano. Crica diz que, no nome do autor do livro, está escrito apenas G.M., e pergunta se a trisavó de Glaura foi quem realmente escreveu o livro, pois, no início do livro, José de Alencar diz claramente que não foi ele quem escreveu o livro, mas não dá detalhes da história. Dona Glaura diz que não sabe, ninguém sabe, porém, José de Alencar usou pseudônimos em seus livros por muito tempo, sempre os alternando, mas depois acabou assumindo todos os livros... mas que isso de nada importa.

Dona Glaura diz que ganhou o livro de sua Avó, como Crica. A garota então pergunta se foi depois do que aconteceu com Maurício, sua avó, surpresa pela garota ter adivinhado o que teria acontecido entre os dois, chantageia a garota e não explica, até que Crica contasse o que aconteceu entre ela e seu ex-namorado. Crica, nervosa, diz que leu o Senhora sem a avó (que ficou surpresa com isso) e que Seixas se parece com Juninho, era a primeira vez que Crica mencionava o nome dele após 10 dias junto da avó.

Capítulo 7: José Luiz (O preço, a quitação, a posse, o resgate)

Quando Dona Glaura está lendo o Senhora para Crica, ela imediatamente a interrompe quando percebe que Aurélia (personagem do Senhora) estava querendo pagar um homem para se casar com ela, dizendo ser um absurdo a idéia de comprar um "amor", falso. Esse homem era Fernando Seixas.

Dona Glaura, contendo o sorriso por ver que a Neta cedeu, e se mostrou interessada na leitura do livro, disse à neta que ela subestimava o quanto Aurélia era madura, e que acordos desse tipo eram comuns na época, se oferecia um dote para ter um marido ou esposa. Dona Glaura tenta convencer Crica que as coisas na época não eram como hoje, as mulheres não eram independentes e não trabalham, estudavam, suas vidas tinham como objetivo se casar e servir a um homem, mesmo que seja necessário, muitas vezes, um dote de uma das partes pra isso.

A essa altura, avó e neta já estavam na casa do sítio, quando Maurício chega e, como era comum, discute brevemente com Crica. Dona Glaura entra na casa para lavar o rosto e Crica, sem perceber, acaba terminando a discussão com Maurício quando toca no assunto do Senhora. Quando Dona Glaura volta a mesa para se juntar com seu amigo e sua neta, acabam tocando num assunto do passado, um assunto no qual Maurício tem raiva e medo, o próprio Senhora. Quando tocam no assunto, Maurício se levanta e vai embora. Crica, já sem entender nada, questiona a Avó, e ela diz que ele sempre faz isso quando fala do Senhora, mas ela nega à neta a explicação disso, e volta a ler o Senhora, Crica fica irritada.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

6º Capítulo: José Luiz (Nossa história)

Dona Glaura começa a ler o Senhora para Crica, no mesmo lugar que costumava ler para a neta, quando esta ainda era uma criança. A neta interrompe veementemente a leitura da avó, questionando assim que entende o assunto do livro (Amor), entendiando-se sobre o assunto e dizendo que não é mais criança. A Avó apenas levanta os olhos do velho livro, uma das primeiras edições publicadas, e diz que é um tema bem propósito (se referindo a decepção de Crica, que imediatamente finge que não se importa com o assunto).

Crica percebe, ao tomar o livro das mãos da Avó, nomes e datas escritos na folha de rosto do livro, escritas em antigas e desbotadas caligrafias, ela vê que o nome da Avó é o mais recente nas datas da lista.

5º Capítulo: José Luiz (Deixe que raivem os moralistas)

A idéia de Dona Glaura para fazer a neta expôr os seus sentimentos era ler um livro, mas não qualquer livro, era ler o "Senhora", de José de Alencar. O Senhora, publicado pela primeira vez em 1875, dois anos antes da morte de José de Alencar, conta a história de amor envolvendo, como personagens principais: Aurélia Camargo, Fernando Seixas, Lemos e Adelaide.

A idéia de Dona Glaura, não soou muito bem para Maurício, pois ele tem uma história não muito boa com o livro, mas que só foi revelada capítulos mais tarde. Maurício a dias tinha a intenção de procurar um velho artigo seu sobre o Senhora, mas que só agora, após Dona Glaura tocar no assunto do livro, ele resolveu procurar, e ler, para si mesmo, seu artigo sobre o romance, que é uma das principais obras literárias de José de Alencar, e uma das principais obras literárias romancistas do Brasil.

Ao ler o artigo, Maurício se lembra de uma garota de cabelos anelados e longos, com quinze anos, que ele ainda via quando olhava a Dona Glaura de hoje.

4º Capítulo: José Luiz (Maurício)

Além da hábil forma que o autor coloca Maurício em cena, usa-se da mesma habilidade, para influenciar a intimidade dos leitores com o seu livro, e nos intriga quando percebemos que Dona Glaura e Maurício com certeza não foram somente amigos, e, a muito tempo ou não, tiveram um relacionamento, mas nada diz sobre isso, ainda.

Maurício não se dá bem com Crica, que logo foge à sua presença, e, quando se vê impossibilitada de sair de cena, trocam "elogios" um com o outro. Maurício diz a dona Glaura que Crica não consegue expôr o que sente, em relação a decepção amorosa que sofreu com seu ex-namorado, ainda sem nome, e que ela tem que tomar uma atitude quanto à isso. Glaura então responde que tem uma idéia.

3º Capítulo: José Luiz (Aurélia Cristina)

Neste capítulo, dona Glaura começa a explicar a neta um pouco da história dos nomes da família. Quando Aurélia vê seu nome escrito em uma lápide no cemitério da família, ela pergunta a avó o por quê de aquela mulher ter o seu nome, sua avó então a corrige, dizendo que Crica possuía o nome dela, Aurélia Cristina, e que "aquela mulher" era sua trisavó, avó de dona Glaura. Logo, Crica encontra outra lápide, dessa vez com o nome da avó, "Glaura Martiniano", sua avó então, espantada por ser a primeira vez que engata uma conversa com a neta após sua chegada ao sítio, diz que aquela era sua trisavó, uma das primeiras mulheres da antiga família Martiniano.

Nesse capítulo, um novo personagem surge, é Maurício, aparentemente um amigo de longa-data de Dona Glaura.

2º Capítulo: José Luiz (E então, no sítio: o cemitério da família)

Para tentar esclarecer a mente, a garota (Crica) passeava no sítio da família durante todas as tardes, após o almoço. A avó sabia para onde a garota iria, mesmo que ela não dissesse, ela sabia que todas as tardes, a garota visitava o cemitério da família Martiniano: a sua família.  Lá, se lembrava dos momentos de quando era pequena, em que sua avó lia histórias para ela nesse cemitério, ela não precisava se lembrar como chegar ao cemitério mesmo no extenso sítio da avó, seus passos eram guiados por pequenos detalhes, como a ponte que liga o sítio ao cemitério, assim ela se lembrava.

1º Capítulo: José Luiz (Antes, na Cidade)

O livro começa com uma ligação, do ex-namorado de Crica para seus pais, o título do capítulo "Antes, na Cidade" deixa claro o objetivo do capítulo.  A princípio, os pais não revelam o nome do ex-namorado da filha, mas deixam claro ao leitor que eles tiveram uma decepção amorosa grave, e que ela não quer mais conversar com ele. Glória, mãe de Crica, diz a Rubens (seu marido) que ele (o ex-namorado) não pode saber onde Crica está. Rubens deixa claro seu rancor quanto ao ex-namorado de Crica, esta, foi para o sítio da avó, para tentar esquecer o ex-namorado.